19 de abril de 2008

A Elas


... ele roubou dela o riso
o pavio:
restou a massa seca, sem chama, vazia.

Ele tirou-a do sério
da dança da vida
fê-la chorar de olhos secos, vazios.

ele roubou-lhe o riso e o pranto
o cio e o pavio
a graça e a esperança.

ele roubou-lhe a massa e a graça
era oca o que ela era
servidão nascida dos atalhos em desgraça.

nula e sem rascunho
roubada de si mesma
pior que prostituta
antes morta que ferida.

que de dor maior que essa labuta
de existir sem cicatriz
não se compara rio de sangue
pingando sem pavio
no oco do coração.

ai que ela foi roubada de nome
e de sobrenome
e vai vagando torpe
na floresta vazia onde ele paira soberano
tão doido e sem destino e sem castelo
mas reinando por ser varão inatingível.

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